quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cartas a um desconhecido (3)

Como se sente?
Como uma completa estranha?
Por estar por sua conta?
Sem direção alguma para casa
Como uma pedra a rolar?


Hoje estava te ouvindo e pronta para seguir adiante com tudo. Aí você me lança essas perguntas latejantes e eu realmente não sei o que te responder. Talvez você esteja certo, eu sou invisível agora, não tenho mais segredos. Todos podem ver através de mim e isso é invasivo demais.
Realmente, eu ria de tudo isso de uma forma superior. Como se estivesse intocável e acima de qualquer um. E como você mesmo teima em me dizer, não falo mais com tanta eloquência, não falo mais tão alto.
Eu costumava pensar que se estava em um nível, seria impossível decair. Bom, eu não estou interessada em comprar álibis, já tenho os meus próprios. Mas cai num buraco infinito. Tão fundo que não seria capaz de ser resgatada tão facilmente.
Ok Bob, você pode pensar que eu mesma causei minha queda. Você não está errado. Eu cheguei no alto e cuspi no meu semelhante, da mesma forma que ele me cospe agora. Poisé, acho que todos temos o fardo que podemos carregar.
Sabe o que é mais engraçado? Eu realmente era entretida. Me preocupava em deixar as pessoas serem felizes sem ao menos poder dizer se eu mesma era ou não. Talvez precise daquele álibi...

"Ele realmente não era tudo que aparentava ser depois que ele levou de você tudo o que podia roubar"

Você estava plenamente certo quando me disse isso. As pessoas se enganam umas com as outras. Deve ser a relação entre ter os pés no chão e criar expectativas. Eu não consigo entender muitas coisas. Me perco no vácuo do olhar que restou...
Respondendo suas perguntas,
EU NÃO ME SINTO;
NÃO ME RECONHEÇO;
E VOU ME ACOSTUMAR A ME VIRAR SOZINHA...

Mas é assim né? Se não se tem nada, não se tem nada a perder. Vou voltar a cometer os mesmos erros e talvez com a mesma pessoa.
Pra quê valorizar o orgulho quando ele foi a primeira coisa que você perdeu? É um pouco tarde pra valorizar esse tipo de sentimento.. É tarde para qualquer coisa!
No fim das contas eu sou mais uma pedra a rolar...

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