quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um longo Adeus

Sou péssima em despedidas. Acho que as escolhas sempre te levam a deixar algo de bom pra trás. Sejam amigos, rotinas ou tempo.
Os amigos inevitavelmente acabam, ficando pra trás, sejam na presença diária ou na companhia imaginária. Aqueles que se alimentava a esperança de 'pechar' no meio do caminho.
As rotinas quase que automáticas de seguir certos caminhos todos os dias. Você se acostuma com as rotinas, e largá-las não é tão fácil. Ao contrário do que se diz, elas são boas. Ver as mesmas caras cada dia envelhecendo mais, como os olhos que as veem.

O tempo...
Esse a gente deixa pra trás com a sensação negativa de tê-lo perdido.
Não é fácil aprender a jogar, principalmente quando outras cisas estão em risco.

Jogo com o presente apostando o futuro, e nem sempre a mesa está a meu favor.

Mas pelo menos eu joguei, e posso dizer que na maioria das apostas eu sai(rei) vencedora.

Adeus hoje, olá amanhã.....

sábado, 20 de agosto de 2011

As Portas do teu armário

Todas abertas. Seus conteúdos espalhados pelo chão. Um som estridente do vento que sopra lá fora.
O que houve?
Por que faz tanto frio?
Por que me corpo e o teu não se fundem?

As roupas todas no chão, só assim consigo ver melhor por dentro das portas do teu armário...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não apenas mais um erro.

"Relações são feitas pra se relacionar".

De que adianta ter, se colocamos tudo em risco.. Se pomos tudo a perder...

Eu costumava ser mais confiante, sempre digo isso. Mas acho que de tanto levar pedradas na cabeça, ela rachou. Ultimamente tenho cometido loucuras.
E não são minhas loucuras rotineiras.
São loucuras piores. Me rebaixo ao pior nível do ser humano: O nível patético do viciado, aquele que faz qualquer coisa parase entorpecer mais um pouco.

Te procuro pelos cantos da casa. Embaixo do carpete. Atrás do armário. Sob o edredon.
Mendigo teu amor em sonho e vida real.
Quero que leias minha mente... Quero que mapeies meu corpo... Que me alucines e não me faça voltar para a vida real. Porque a vida real é tão sem graçã quando não estás por perto.

Dentre todas as coisas que tenho feito, estragar-nos tem sido quase uma peripécia constante.

O que acontece depois?




quinta-feira, 21 de julho de 2011

Amizades Atemporais

Aos meus amigos


Encontro diariamente vestigios da nossa amizade amontoados nos cantos empoirados da prateleira. As cartas, emails, fotos, lembranças...
Abri antigas caixas e chorei de tanto rir. Li escritos antigos e lembrei de amores passados. Vocês estavam lá em ambos os pólos da minha sanidade mental.
Eu faço uso da licença poética de Vinicius de Moraes, e digo:
"
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que
permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto
o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que
tivessem morrido todos os meus amores,
mas
enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.

Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso
lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não
tem noção de como me são necessários,
de como são
indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles
fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que,
sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda
furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo
comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só
desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!

"

Mal pude responder decentemente os sms's que recebi ontem. E vergonhosamente não retornei outros emails, não procurei seus telefones e me culpo. Mas me sinto feliz, ainda que acuada na minha própria vergonha, pois os levo no coração.
De onde ninguém há de tirar. Não importa o tempo que passe.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Analogias de Puta Velha

- Os Cheiros


"- Se ficas três dias sem tomar banho, tua buceta chama mais freguês." - Ela disse, e tinha anos de experiência como embasamento.

- Desde quando a higiene intima determina a quantidade dinheiro que vais ganhar? - Perguntei inocentemente.

"- Puta não pode ser cheirosa. A buceta limpa fica pra mulher, namorada. A essa o homem tem vontade de dar prazer. Puta é puta. Somos só o colchão do desabrigado. A fuga do inocente. E minha cara, o homem antes de ser homem, é animal. Ele gosta de cheiro. Ele fareja a presa que deseja apanhar. Aí tu se pergunta se não me entojo do cheiro deles no meu corpo... Não tenho escolha.
Homem gosta do cheiro do adversário. Homem gosta de saber que meteram antes ali, pra ir lá e meter por cima. Um fregues nunca pergunta se teus dentes estão escovados antes de enfiar o pau pela tua goela. Ele vai lá e faz. Cu sujo? Ele nem se importa.
Homem é bicho e gosta do habitat natural. Gosta de se sentir selvagem. Salvo excessões, mas esses preferem os travecos.
Se tem uma coisa que aprendi nessa profissão foi a ser puta. Um executivo aprende a andar de sapato e terno, a puta aprende a ser puta.
É como escrever um livro e jogar as paginas anteriores fora. A marca das folhas fica lá. O cheiro do homem anterior no meu corpo fica ali, até o próximo chegar e marcar território.
Não gosto de ser puta, mas escuta minhas analogias de puta velha...."

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cartas a um Desconhecido V

O Saudosista.

Olá, quanto tempo?
Bom, não queria ter passado tantos meses longe. Queria lhe abraçar mais vezes, te beijar as têmporas e antes que fôssemos embora mandar um beijo para sua mãe.
Pois é, não conheço a tua mãe. Mas dizem que ela pode fazer bolinhos de chuva incríveis.

Nunca comi bolinhos de chuva.

Quero ser direta. E não sou isso muitas vezes. Queria te dizer que antes eu não sabia, depois não tinha certeza e agora desconfio. Acho que sou insegura demais né?
Fui fundo demais. Lembra o que ele disse aquela vez que te liguei? Eu uso pra mim agora.
Tenho um amigo como ele. Sim, um novo amigo.

Não sei se tenho amigos ou extensões minhas. Quando choram, eu choro, quando riem, eu rio.

E os amores?
Você lembra daquele rapaz?
Enfim, ele me faz mais feliz do qualquer um já fez ou fará...

Não quero perdê-lo, mas encontrá-lo cada vez mais em mim.



Sou tão profunda que às vezes me esqueço de nadar e me afogo nas minhas próprias palavras.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Insônia

Todos os dias 2 horas antes do celular gritar ela estava de olhos abertos encarando o forro de seu apartamento. Havia pincelado-o a mão e agora aqueles arabescos eram sua companhia matinal.
Um inferno particular.
Chegava antes mesmo das portas de seu serviço estarem abertas.
Não dormia, não sonhava.

Até o dia em que o encontrou.

Encontrou porque o procurava.
Haviam se batido na saída da catraca do trem, e desde então ela frenquentava a estação e ficava sentada, esperando vê-lo novamente. Não sabia se ele era casado, mas no fundo não se importava. Só precisava do nome.
Um ano depois já tinha insônia. Tomava chás belgas que diziam fazer dormir, pílulas roxas, rosas e amarelas que prometiam a volta do sono e copos de leite morno... Litros de leite morno.
Mas nada.
Ela ficava de olhos abertos olhando os arabescos no forro.
Havia pintado eles um ano antes, quando encontrou o moreno de olhos verdes. Ele não era muito bonito; a não ser pelos olhos brilhantes que podiam ser vistos no escuro, não tinha nada de especial. Ela havia sonhado com arabescos, foi lá e pintou-os.
Deixou de sonhar.
Volta e meia pegava seu casaco preto e saia a zanzar pelas madrugadas frias de Porto Alegre. Alguns 'amigos' diziam que ela havia pirado. E pior, sem razão.
Não sabiam do moço, do sonho ou sequer dos arabescos. Ninguém entrava em seu quarto.
...
........
Encontrou, encontrou porque procurava.
Olhou em seus olhos e disse:
- Finalmente te encontrei! - Suspirou e lhe deu um beijo.
Um simples beijo, apenas um encostar de lábios. O suficiente para fazer escorrer uma lágrima de seu olho direito.

Ele riu. Nada respondeu.
Como no dia em que se pecharam. Ficaram cerca de dois minutos olhando um no olho do outro e nada.
E quando alcançavam a intimidade num olhar novamente, das costas de seu amado surgiram dois oficiais de justiça que o algemaram. Preso por tráfico internacional de drogas.
Ela riu. Voltou a sonhar e dormir.
Sabia que agora podia encontrá-lo sempre que quisesse.



Isso se ele não saísse em condicional... Aí seria um problema.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um velho livro poído

Acho que fazem uns 3 anos. Mas podem ser mais.
Ele estava ali jogado. Teve o fim enfadonho de um livro qualquer.
Era um romance? Na verdade nem lembro ao certo.
Era crítico. Era incógnito.

Não era tão glamuroso quando o li, mas em seus tempos aureos deveria ser algo entre a raridade e o 'must-have'.
Talvez na década de lançamento fosse o Hype, e depois tomou perfil de popular entre os outros livros.

Ou não

Pode ter sido um fracasso de vendas. Mais um "porta-poeira" na prateleira.

Isso não vem ao caso.
De fato queria falar sobre a minha relação com ele.
Ele era tão expesso que chamava atenção mesmo estando escondido em uma prateleira no fundo da biblioteca. E na verdade estava.
Seu estado físico era deplorável. Acho que por causa das mãos que o manusearam e o tempo de vida que teve ali.

Enfim, vejam-no com seus próprios olhos:


A história nem era tão boa... Mas meu 'lance' com o livro foi.

Sei lá, sempre que pego um livro pra ler, mais do que leio com ele. Criamos laços de amizade, confidência e até mesmo uma paixão.

E muitas vezes abri um livro e me encontrava com ele como a um amante...

Eu bem que avisei...

Ausência - Vinicius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.


Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.


Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz perenizada.



E é assim... Tái Seu Vinicius que não me deixa mentir!

sábado, 11 de junho de 2011

Amores impossíveis

Ana Carolina estava divorciada faziam 5 mesmes. Era jovem e bela, afinal casara-se cedo... Mas sua autoestima estava em baixa. Normal quando se convive 10 anos com uma pessoa e tem que redoscobrir os macetes do flerte.
Nessas horas os amigos (e somente eles) tem força, poder, capacidade e talento de revigorar a vida. Nada mais justo, Julia, sua melhor amiga desde o colegial marcou um encontro entre ela e um conhecido que se formara com ela em direito. A astuta amiga escolheu Pedro, um moço com a autoestima pior do que a de Ana, porém regada de simpatia e olhos azuis.

Ana viu ele entrando. "É ele... só pode. Não não. É demais pra mim. O Carlos era tão gordinho. Puta merda, o Carlos de novo. Abstari, abstrai... Esquece. O Carlos roncava, será que ele..."

- Oi! Memee nome é Ana, a Julia já deve ter dito ("E disse, puts... Eu gaguejei? Gaguejei. Merda. Caralho PUTA QUE PARIU!")

E depois de quebrar o gelo, veio o vinho. E depois de comer ambos ficaram estarrecidos e confortáveis. Como se olhassem na alma um do outro. Era bom.
Ela resolveu partir pro ataque. A velha e boa bulinada por baixo da mesa era infalível, ao menos 10 anos atrás.

Ela levantou tremendo a barra da calça dele. Sua perna deslizou pela paturrilha e o bico do seu scarpin era a extensão do seu desejo.

Mas ele nada. Sem reação.. Frígido. Nem ria, nem reclamava. Sequer se mexia.

Ela se enraiveceu e bicou a canela do rapaz no ato em que suas bochechas coraram de ódio.

Ele nada.

Ana pegou sua bolsa, pagou a conta e saiu com a dignidade de uma mulher confiante.

Pedro ficou confuso. Foi embora com mais insegurança e com a prótese ortopédica amassada na altura da canela....

terça-feira, 31 de maio de 2011

Poesia

-E se não houvessem estruturas que me prendessem a esse mundo eu fugiria.
Disse ele antes de tomar mais um gole daquela cerveja, cuja embalagem verde parecia combinar com seus olhos. Escorada na soleira da janela, observava todo o cenário. Tudo combinava com aqueles malditos olhos verdes.
A cortina que de leve tocava minha cintura, o abajur inclinado, os lençóis bagunçados, a simetria das lãmpadas gêmeas que pendiam do teto... Inclusive sua vizinha inconveniente que com o 'toc toc' de seu salto poderia acordar a vizinhança inteira.
Tudo combinava, tudo rimava. Era uma poesia involuntária.
Me pega pela cintura meu bem, vamos rimar!

Sublime

Me deixa te explicar.
O toque não é apenas um toque. Teus dedos entrelaçam os meus e escrevem tua história aos poucos na minha.
Sou criminoso confesso, e já te disse várias vezes que ler meus pensamentos também é crime. Assim como leio os teus.
Estranho compartilhar sorrisos e abraços e colos com quem não vejo... Não toco.
Mas te sinto. Além do toque, além das fronteiras.
Nosso caso é transcedental. Não entendo mais onde tu começas e eu termino. Não sei quem sou quando acordo. Porque as vezes acordo sendo tu, e sei que acordas sendo eu também.
Me olho no espelho e te vejo refletida...
Será problema de personalidade, ou meu eu interior exteriorizado em ti?

Pega minha mão, diz que esse pesadelo acaba como acabou antes.
Compartilha comigo tuas ideias. Ou não compartilha, deixa-me adivinhá-las. São as minhas também.

O meu eu, está em você.... Como amigas siamesas que tem o cérebro unido.
Não o cérebro, a alma. Nasceram juntas e não se separam. Não enquanto houver toque...

domingo, 22 de maio de 2011

Sonho Bom

E quando sinto que meu mundo em agonia está prestes a ruir

Tua mãos como repentina ventania

Tocam meu corpo

Tocam minh'alma

Elas me vestem como um abrigo

E depois que passa a tempestade

No teu colo eu deito

Como criança durmo

E só hoje eu vou fingir que o mundo pode ser perfeito,

Fechar os olhos e voltar a dormir


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mr Jones e Eu (parte III)

Nem lembro que idade eu tinha exatamente.
As coisas passavam rápido demais e cada instante era tão eterno.

4 meses naquele caso havia sido perda de tempo. De ambos, mas pra ser sincera mais dele que meu. A memórias, quando queremos, mantém vivos os momentos mais simbólicos...
Nunca mais usei cinza.

Naquela mesma noite retomei meu trabalho já esquecido dentro da gaveta. Era uma pseudo escritora com consciência para não sobreviver as custas de livros. Como é engraçado, trabalhar como fotógrafa e escritora simultaneamente.
'O que os olhos não veem, o coração não sente' - Um quadro com essa frase decorava meu estúdio. Na verdade nem sei que escreveu, e nem ligava muito pra ela.
Mas naquele dia fiquei mais tempo no estúdio com a desculpa de finalizar pelo menos aquele capítulo.

E qual seria o título afinal?
Já eram 3 da manhã e depois de 50 páginas escritas (e reescritas) decidir não decidir naquela hora. E se meu carro ainda estivesse lá, pegaria ele e iria no Hard Candy.

Mr Jones e Eu (parte II)

'Quando todos te amam, você nunca fica só'

Nessa época eu tinha um certo fetiche por estrangeiros, e o Crows sempre atraia esse tipo de freguesia. Era um pub que eu frequentava quase sempre, caso não fosse para o Hard Candy ver o Mr Jones fazer malabares com garrafas vazias.

Nesse lugar que conheci Duritz. Eu estava de cinza, Duritz também.
Ele sussurou algo no meu ouvido quando passei por ele. Algo como "Todas as belas cores são muito, muito significantes, e cinza é minha cor preferida". Me senti simbólica.
Todos querem ser simbólicos. Ser alguém para outro alguém. E confesso que aquela frase me arrepiou a espinha.
Esqueci todos ao meu redor e só vi aquele jovem alto, barbudo e com sotaque irlandês. E mesmo não sabendo definir um sotaque irlandês, reconheci que só poderia ser...

Foi sinestésico. As outras vezes que nos vimos mais ainda. Não precisava de muito pra me convencer, e ele fez mais do que o suficiente.
Depois de três encontros já havia sido muito. Demais pra mim. Meu maior relacionamento não havia durado dois meses e envolvia mais sentimento do que 'aquilo'.
Não que Duritz fosse um cara ruim. Na verdade ele era mais do que já havia tido (ainda que não tivesse tido muito).

Tocava Dylan no violão, como se fosse o próprio. E quando atingia os graves me transportava para um lugar qualquer que não sabia dizer o que significava. E a noite seu quarto exalava um aroma de romance noir. Como se fosse o próprio Raymond Chandler.
Era perfeito.
Mas não era pra mim.

Durante o tempo que ficamos juntos parei de frequentar o Hard Candy. Foram-se 4 meses? Passou rápido demais...

Ao fim não havia mais barba e dos 2 metros restaram apenas alguns centímtros de mágoa...

Mr Jones e Eu (parte I)

Mr Jones era hispânico. Adorava a forma de como ele fitava qualquer uma que entrava naquele lugar. E na verdade toda vez que imaginava seu corpo nu minha mente logo se pervertia.
Mr Jones....
Era mais velho que eu, uns 10 anos ou mais. Garçom de um bar pouco frequantado na época, mas logo que o grande público descobriu o preço da cerveja ele lotou. Dizem que Jones era o próprio dono do local, e prefiria que lhe chamassem de "Mistêr". E ainda soletrava caso não o fizesse.

- É M-I-S-T-E-R Jones, moça. Mas se você quiser pode ser Mr Jones e Eu.

E foi assim que nos conhecemos mais profundamente. Não tão profundamente quanto eu queria, mas o suficiente para o cumprimento 'quase íntimo' de três beijos a cada vez que nos víamos.

Em certa ocasião eu o vi fora daquele lugar, estava acompanhado por uma moça loira. Mais alta que eu e seios fartos. Poderia ser uma modelo de lingerie. Usava um corpete justo, que fazia seus seios triplicarem de tamanho. Ele com uma camisa de flanela verde musgo que só ressaltava seus olhos. Na verdade custei crer que era ele. Sem a barba mal feita era quase impossível reconhecê-lo.
Foi nessa mesma noite que conheci Duritz, um irlandês que beirava os dois metros e tinha uma barba longa. Como ele estava perto de Jones, digo Mr Jones, achou que meus olhares eram pra ele. E antes do fim da noite (e depois de muitas doses de whisky) eu lhe dei meu telefone.
Sua insistência foi digna de prêmio....

Desabafo

Perdi o controle, e por um instante tudo o que julgava estar superado caiu sobre mim no formato de uma nuvem negra que só fez chover.
Tenho que me desculpar, ainda que seja apenas por descargo de consciência, pois nosso verbo não se conjuga mais na 1ª pessoa do plural. As pessoas crescem, e acho que cresci o suficiente nos ultimos meses pra poder perceber o quanto errei.
E errei.
Mas meu bem, o erro não foi só meu, e erramos, nós dois juntos. Tropeçamos na mesma pedra, ralamos o mesmo joelho...

Me desculpe por não ter visto. Ainda que hoje prefiro ter sido cega.
Me desculpe por não ter percebido. Ainda que hoje prefira ter passado em branco.
Me desculpe por não ter sido forte. Embora hoje admira minha fraqueza.
Me desculpe por ainda lembrar e pensar tanto nisso...

Me desculpe por não ter me desculpado antes.

Adeus garoto.

domingo, 15 de maio de 2011

As belas bagunças da vida

As dores nos ensinam a gritar.
O grito nos ensina a sofrer.
O sofrimento nos ensina uam coisa qualquer que nos faz superar.
Superar nos deixa vulneráveis a novas dores....


A vida é um circulo vicioso ou viciante?

O começo de uma nova semana.

Pegar uam mochila e cair no mundo é tentador.
Não somos donos dos nossos destinos, e a insegurança nos prende num mesmo caminho sempre.
Mas ainda assim fazer as malas, deixar as contas pra trás, sumir sem despidir-se, lavar o rosto numa garoa de segunda-feira de manhã sem ter que voltar para a janta... É tentador.
Queria sumir.
Apagar os vestígios de mim mesma.
Pisar nas poças d'água sem se preocupar com a meia molhada.
Sumir nem que seja por uma semana...

Mas não sei se não seria pior. Voltar aos confins da rotina habitual depois de ter experimentado o doce aroma de liberdade...

"Quando seremos livres?" Ela perguntou.
Ele respondeu com o silêncio. Ou silenciou-se com a resposta.

Acho que um dia saio por aí espalhando minha filosofia...


quinta-feira, 12 de maio de 2011

Vazio




Escrever sem inspirador,
é ruim.
É como viver
Sem amor.
Preciso encontrar
Parar meus sonhos o substituto!
Enquanto isso...
Sinto minh'alma em luto...

Falo comigo
No silêncio da noite...
Enquanto lá fora
Só do vento
O açoite.

Sigo só
Sempre só
Mas não estou triste.

Neiva Dorneles

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Podemos ser heróis

Sim, nós podemos ser heróis.
E nao porque o David Bowie, ou um personagem de filme clichê disse.
Mas somos humanos ilimitados, e temos o direito de sermos o que quisermos. Ser herói não é uma consequência biológica, mas uma escolha.
E heróis também quebram barreiras.
Um herói pode ser o pai que leva o mundo nos ombros e evita que o vejam chorar.
Uma mãe que abre mão do alimento pra saciar o filho.
Um doador de sangue.
Um motorista de ônibus que espera o passageiro que chegou atrasado.
Ou o jovem que abre a mão do acento para um idoso.

E sim, podemos ser heróis por um dia, mas não seria mais belo se fôssemos por TODOS os dias?
Sermos diferentes faz a diferença. Se um elemento se nega a compactuar com a obra dos outros ao seu redor, já se faz um herói.

Somos condutores das nossas próprias vidas, e só depende de nós escolhermos o caminho para qual devemos guia-la.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tudo que posso lembrar

Estranho ouvir uma música e se lembrar de um momento específico. Dia 18 de junho fará um ano. Um ano que passou rápido. Rápido demais.
Estranho ter lembrado disso agora.
Liguei na música sem querer e seguindo a mesma intuição comecei a chorar.
Sabe, eu nunca havia sentido isso por alguém antes. É um amor estranho. Como se ama poucas pessoas. Como se ama um mestre.
Complicado tentar explicar. Não li todos seus livros, não vi todas suas entrevistas, não enviei aquela carta....
Amanhã fará um ano que escrevi ela. Era pra ti.
Queria ter enviado. Minha cosciência pesaria menos.
Aliás, as lembranças fazem com que o fardo de viver seja mais leve.
Se temos lembranças, logo vivemos.
Lembro dessa música, lembro que estava ouvindo quando li.
Lembro que chorava.
Eu vivo, mas me indago, porque tu não vives mais.
Como eu disse aquela vez, e repito nesse momento:
"Não tive o prazer de te conhecer, mas sinto na sua perda a perda de um amigo, de um irmão, de um pai... De um mestre. Porque o mundo era um lugar bem melhor só porque tu estavas nele."


Sinto saudades de um estranho... Estranho sentir saudades de quem nunca se sentiu.
#LutoEterno Saramago.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Papo Cabeça


Talvez eu seja mais um tolo tentando dar sentido e notoriedade às coisas mais simples desse mundo. Talvez eu seja esse único tolo...


Havia publicado um livro uns anos atrás. Subjetivo demais, profundo demais. Ninguém entendera, mas em poucas tentou explicar.

Ele é algo sobre perdas. O título na verdade é bem subliminar. Saiu de um papo deveras antigo com alguém inesquecível. Aí eu tava lembrando de uma conversa nossa e isso me veio na cabeça. Algo meio aleatório... Mas depois de tanta coisa faz sentido


Quanto tempo faz isso?

Foi uma das nossas primeiras conversas. Acho que ele nem lembra disso.

Sou aquele tipo de pessoa que lembra de conversas simples mesmo depois de tanto tempo. Talvez seja meu lado 'diferente' de ver as coisas. Dando mais importância pros gestos e e pras palavras corriqueiras do que pro acúmulo de bens e estímulos pré planejados!


Dois segundos depois todos entendiam...

Vermelho




As vezes eu só quero descansar
Desacreditar no espelho
Ver o sol se pôr vermelho

Acho graça
Que isso sempre foi assim
Mas você me chama pro mundo
E me faz sair do fundo de onde eu tô... de novo

Nada sei dessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
Pra te procurar

Eu bem sei onde tudo vai parar
Já não tenho medo do mundo
Sou filho da eternidade

Trago nesses pés o vento
Pra te carregar daqui
Mas você sorri desse jeito
E eu que já perdi a hora e o lugar
Aceito.

Nada sei nessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
A te procurar

Nada de meu nesse lugar
A cidade vai pensar
Que nada aconteceu em vão
Você vai me ligar então mais uma vez


VERMELHO - MARCELO CAMELO

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pessoas São Ovos

Tenho uma teoria meio contraditória. Ela se resume na comparação das pessoas com ovos.

Tem aqueles que tem uma casca duríssima, mas abriga dentro de si um exemplar único.
Esse é um tipo fascinante de ovo, ou pessoa. Você demora muito tempo tentando destruir a casca e descobre que por dentro é perfeito o ser.

Tem ovos que tem uma casca linda e sólida. Mas por dentro estão podres.
Esses são os mais comuns de se encontrar. Pessoas que se preocupam tanto em alimentar o físico que esquecem de alimentar o psíquico, e perdem a essência.

Tem o bom e velho ovo de codorna.
É tão pequeno, mas guarda um sabor único e essência própria. O tipo de pessoa que a prieira vsta te parece comum, mas no fim consegue provar que é BEM mais do que aparenta.


Mas até onde eu tenho culhão de julgar que tipo de ovo uma pessoa é?
É muito mais fácil julgar a qualidade do ovo alheio. Apontar defeitos e rachaduras nas cascas dos outros e esquecer de cuidar da sua própria.
Nós pessoas (e não mais ovos) não somos pré definidas como seres humanos. Podemos sê-los se fizermos para isso.

Eu quero 'ser' humano, e não 'ser' ovo.

sábado, 23 de abril de 2011

Um Longo Adeus

Esse é o título de um livro. Mas não haveria melhor forma de manifestar-se diante do fim. Preparara tudo. Na verdade vinha preparando desde o momento em que veio ao mundo, e parecia saber a hora exata em que partiria.
Naquela noite estava tudo estruturado. Separou seu Château Mouton-Rothschild de 1945 do ano em que a guerra havia findado.
A França não era a mesma, mas o Au Lapin Agile continuava de pé. Passara por ele aquela tarde. Já havia visitado o lugar tantas vezes, fazia inclusive parte da história dele. Havia uma foto sua nos altos de sua juventude no corredor do local. Deu um adeus para as velhas lembranças. E enquanto se dirigia para saída e suas mãos enrugadas haviam girado a maçaneta, uma lágrima escorreu de seu rosto.
Tantos amantes, tantas canções, tantos sonhos.
Fora uma jovem puritana, se transformou numa cobiçada dançarina de cabaret e acabara como uma grande filósofa. Era quase como uma Lou-Salomé com ares de uma Simone de Beauvoir.
Deixara o passado para trás mas nunca deixara de ser uma grande menina. As convenções mantinham seu ego nas alturas. Debatia face a face com os maiores gênios da humanidade. E quando não estava certa, persuadia seus adversários com um par de pernas estonteantes.
Logo seus adversários passavam a ser seus novos amantes.
E todos na cama tinham um objetivo em comum.
Mas o tempo sempre passa, e de repente suas pernas não eram tão atrativas quanto antes. E o tempo lhe ensinou a persuadir de outra forma.
Seus adversários eram amantes de suas ideias, e não de suas pernas.
De onde tirara aquele vinho?
Neuilly-sur-Seine era um lugar bem melhor antes dos artistas começarem a frequentá-lo. Seu pequeno apartamento tinha uma vista tão bela quanto a inocência de uma criança. Até hoje se culpava por não ter tido uma. Poderia ter adotado, seira altruísta, mas não o intentava. E para quem deixaria todas aquelas lembranças?
Toda mulher sempre sonha em ter filhos. Entendera ao fim da vida o porquê disso. Se deparava com o fato de não poder repassar seus bens, suas lembranças...
Tirou o pó da velha vitrola, já era noite. As estrelas começavam a cortar o sol que se punha. Observara o pôr-do-sol todos os dias desde que se mudara para lá. Era a coisa mais preciosa daquele local, e julgava esse ser o motivo do alto valor do local.
Escrevera um testamento, tudo para os pobres!
Pobres de espírito que não admirivam a poesia, que não liam com a alma, que não viam com o coração. Ou seja, tudo para o governo.
Fora irônica, aliás os anos lecionando filosofia lhe ensinaram bem a fazer isso. Seus alunos iriam ao seu enterro, e talvez até deixassem flores no seu túmulo.
Tirou o vinil autografado por Sinatra, o maior. Nunca o abrira, mas já era hora. Ajustou a velha agulha, ouviu o atrito com o disco, que gemia como uma virgem.
Aquela voz inconfundivel gritou: That's Lifeeee.
Era essa a canção, pegou uma taça do vinho que já estava aberto sobre a mesa. Abriu voluptuosamente as janelas. Despiu-se
Colocou o vestido empoirado e vermelho. A lua parecia beijá-la. Dançava conforme a canção.
E nunca se sentira tão leve.
Fechou os olhos e por um instante as rugas desapareceram, as varizes pararam de doer. A idade nem pesava tanto.
Viu todos seus amantes naquele grande salão. Todos beijavam sua mão e convidavam para uma dança.
Não abrira mais os olhos....
Mas um dia os fechara?

Não morre quem um dia bem viveu.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Perspectiva de perda

Não sei perder.
Bato o pé, reclamo, choramingo e grito. Ajo como criança.
Não gosto, não suporto e não me habituo a perder. Aprendi desde pequena a perder, e digamos que tenha faltado a algumas lições sobre perdas e danos.
Se perde a compostura, a dignidade, a paciência... Não gosto de perder.
E o pior das perdas, é se perder.

Quando não temos mais nada, não sabemos se realmente possuímos algum dia.
A auto exigência de um equilíbrio emocional, já é a perda do próprio. Perder o controle (até mesmo o da televisão). Perder alguém...

Minha mãe certa vez me disse que nunca se perde alguém, pois não é possível possuir uma pessoa. Uma pessoa não é um artefato, um souvenir. Mas isso não dá o direito delas se perderem de nós. Andar lado a lado com alguém também é uma forma subjetiva de possuir.

Há cerca de 13 anos, quando meu cachorro morreu, tive a primeira perda significativa. As perdas deixam um vazio eterno. Uma chama insaciável chamada saudade alimenta o buraco que fica.

Perder implica em decepcionar-se.
Consigo mesmo quando se perde dinheiro. Com o destinho quando se perde o rumo. Com as nuvens quando se perde o guarda-chuvas.
Algumas coisas foram criadas para serem perdidas. Guarda-chuva é uma delas.
Perdr é uma forma de aprender. Para se perder o medo da chuva, se deve perder o guarda-chuva (se quisermos seguir a ideologia de Raul Seixas).

Perdas, danos e aprendizagem. Levantar, tropeçar e cair. Ciclos que só se aprende sentindo na pele!

E sobre agir como criança, não há nada mais pleno do que ser grande com a doçura de um menino!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Os peixes choram?

Me acordei hoje e fui admirar o céu. Disse alto, com o mesmo tom grave da canção, "AS NUVENS NEGRAS CHORAM".
Então descobri que não só elas choravam, mas também as folhas, as pedra, o telhado e até memo a atmosfera parecia chorar. Tudo estava em um pranto sincronizado.
E passei a olhar para mim mesma. Também chorava. Era um pranto compulsivo, quase uma explosão decontrolada dentro de mim. Adoro dias de chuva, adoro o céu cinzendo.
Adoro sair por aí pisando em poças d'água e molhando o calcanhar. Adoro encharcar meu cabelo, e mesmo tendo um guarda-chuvas prefiro não usá-lo.
Enfim, venero a chuva. E instintivamente, como se andasse lado a lado com um amigo, compertilhei as lágrimas das nuvens.
Enquanto observava as pessoas que me observavam, me deparei com uma loja de animais, e vi peixes. Eles estavam alienados a tudo aquilo. Só nadavam... Não tinham em seu rosto o mínimo de resquício de triteza. Estavam avessos a tudo. Na verdade eles nos obervavam através de seu aquário. Como se contemplassem a tristeza alheia.

Não quero "ser peixe", quero "ser humano"

Janta.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O EU lírico














Compus canções que não escrevi,
elas ficaram na memória que não existiu
e foram cantadas pela voz que não ressonou.

Ouvi melodias que não foram tocadas
(a não ser na minha cabeça)
devaniei sobre elas e assoviei pelo caminho

Os poetas líricos me acompanharam
era uma marcha em prol da sanidade
todos juntos naquela banda
tocavamos trompetes imaginarios
pelas ruas daquela cidade

E cansei das canções
cansei das palavras
as melodias me enjoaram
Desitsto,
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Meu amor é teu - Marcelo Camelo



Não consigo parar de ouvir, só pra constar ;)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Destino

"Destino diz respeito a ordem natural estabelecida do universo [...] O destino é muito usado para tentar explicar o absurdo dos acontecimentos existenciais"


E se ele fosse embora, ela iria atrás? E se ela fosse, ela estaria manipulando a ordem natural das coisas?
Sua astúcia lhe dizia onde ele estaria naquele dia, se ela fosse ao seu encontro, estaria indo longe demais?
Ela se questionou sobre o destino.. Ele trás e leva as coisas. Cabe a ela ir buscá-las?
E se para o destino agir, basta deixar as portas abertas, é do nosso direito sair porta a fora e buscá-lo?


Assim como lavamos o corpo devíamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de roupa. - F. Pessoa


O destino é uma variável da vida. Nossas ações perante ele que definem nosso futuro.
NÓS SOMOS EXCLUSIVAMENTE OS RESPONSÁVEIS PELO NOSSO DESTINO. Interagindo com ele, ou sendo apenas meros espectadores do espetáculo.

O que você faz da sua vida. O sonhos que deixa pelo caminho. As cruzes que carrega sob os ombros, SÓ DIZEM RESPEITO AS SUAS ESCOLHAS.

Faça da sua vida o que melhor lhe agradar!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Desabafo

Solitário vs Sozinho

São duas palavrasas quais eu dou meu próprio significado

Solitário é estar sozinho entre tantos ou ter vários ao seu redor sem reconhê-los.
Sozinho é a denominação daquele que não tem ninguém, é só, e por muitas vezes considera-se abandonado.

Partindo desse pressuposto, me permiti uma auto análise. Seria eu solitária ou sozinha? Teria eu me condicionado a esta situação, ou o meio me levou a isso?

Seres inconstantes são os mais admiriváeis. Se questionam a todo instante e incansavelmente. Por fim nunca estão satisfeios com o que recebem..

Sou inconstante, e só abri esse parentes pra deixar claro que nenhuma das minhas conclusões é de fato conclusiva.

Retomando; venho desabafar porque 'conclui' que sou só, porque quero. E tenho todo direito de querer. Ainda que meus argumentos sejam falhos, estar só é questão de escolha.

A (in)certeza de que o ser amado não virá,
O dúbio da existencia de um compartilhamento,
O estar perto,
A empatia,
O ter sem cobrar...


Todas são variáveis questionáveis.
E eu que ainda sou tão criança que acredito que de repente algo irá acontecer. Alguém aparecer´e todas as questões estarão respondidas. Não haverá mais questionamento, e se houver, será redundante. Apenas pela convenção de manter o apelo do 'ser insonstante'.

"Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?" (Mário Quintana)

E fui... Quintanear em céus de outono..

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Coffe Break


Gosto do amargor do café quando ele passa pela garganta.
Do arrepiar na espinha quando aquele vento traz consigo a nostalgia
Da marca que fica do lápis depois que a gente apaga o que escreveu
Das folhas secas no outono
Do peso do braço ao redor do pescoço
Daquele toque especial no rosto, cintura, pernas, seios...
Das cócegas , dos telefonemas, das mensagens de bom dia...
De ter com quem se importar e de ser importante pra alguém
De sonhar acordado e acordar sonhando...

E deste gostar sem possuir, caiu uma lágrima de vazio na xícara cheia de café...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A previsão do tempo



Chovia. Era um dia típico de outono, que assim como os outros surpreendia pela sua imprevisibilidade.
Não haviam mais folhas na calçada. Provavelmente o jardineiro já passara por ali antes de mim. O que por um certo lado poderia ser decepcionante, já que a cada dia apanhava uma nova folha para minha coleção. Tenho inumeras folhas que em sua natureza são perfeitamente simétricas.
Mas naquele dia, a natureza mostrou sua pefeição de outra forma...
Enquanto procurava entre um vão escondido mais uma espécime, ela passou. Não me notou, ainda que não quisesse ser notado. Por um momento me senti L.B. Jeffries observando cada passo sem ser percebido.

A forma com que o vento se unia a chuva e simultaneamente molhava seus cabelos, era fascinante. Então, como de sopetão, surgiram na minha cabeça todas aquelas regras geométricas e padrões numéricos que de repente se uniam naquela proporção divina.
E queria despi-la e amá-la ali mesmo, naquele instante, naquele momento... Poderia ter-lhe escrito divinas canções de amor, um poema, ou até mesmo gritado seu nome. Mas eu não o sabia.
Ainda que estivesse hipnotizado por toda aquela áurea mágica que a circundava, pude ver o quão frágil era aquele elo entre meu olhar e seus lábios, que poderia ser quebrado a qualquer instante.

Ela passava por mim como se eu não estivesse ali... Me sentia o espectador de uma obra prima. Ela parava e olhava pro céu, enquanto as gotas corriam pelo seu rosto. Não quis, e não sei o porque, abrir o guarda-chuvas. Mas na minha mente ela estava resguardada de todos os males que aquela água podia trazer. Eu poderia ser seu guarda-chuva se ela deixasse.
Reparei em tudo, memorizei cada detalhe, cada gesto, cada movimento.
Ela era minha folha. Gostaria de viver pelo resto dos meus dias dentro daquele sorriso.
Descobri que a perfeição residia no lar em que eu não viverei....

Foto: http://flic.kr/p/7isJij

segunda-feira, 28 de março de 2011

Meu amor por cães

Pode parecer insano, mas eu amo cachorros.
Não há no mundo ser mais fiel que os cães. E meu amor por eles não é recente.
Lembro que meu primeiro cachorro foi o Lyon (com referência ao personagem dos Tandercats.. Sério). Tinha 5 anos queando ganhei ele. Honestamente não sei de onde ele saiu, mas era o cão mais lindo do mundo. Tenho até hoje uma vasta coleção de fotos dele.
Bom, demoramos muito até ter outro cachorro novamente. E pra ser sincera minha mãe só pegou ele porque eu fui extremamente insistente. Minha vizinha maltratava aquela bolinha de pelos e quando ela quis dá-lo eu fui a primeira a me prontificar. Tinha 11 anos e ele tinha muita fome. O nome dele é Aragorn (sim, o personagem do Senhor do Anéis, mas isso não vem ao caso). E até hoje é uma bola de pelos orelhuda e gorda.
Minha cadela se chama Arwen, e apesar de ter sido encontrada em um boeiro, é uma princesa. Age como uma grande protetora, e incontáveis vezes já enfrentou perigos dignos de honra.

Então, esse blá blá blá todo, só serviu para dizer o que realmente queria dizer:

"Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações."
(Sigmund Freud)

sábado, 26 de março de 2011

O que é o amor?

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?




Me perdoe se leres, era pra ser um segredo nosso e somente nosso.
Mas como posso não compartilhá-lo se ele queima em mim como a culpa que levas sobre os ombros? Não sou fã de Camões, bem sabes que o amor me entoja desde aquele infeliz episódio. Mas lamento dizer que o que sentes é amor. E nada melhor que um larápio português para explicá-lo. O amor é um mentira! Nada mais que isso.
Pois bem minha cara, como sua xará "Cuidado com o que pedes, pois poderá lhe ser concedido".
Só pediste amor, lamento que ele tenha vindo em doses que te deixam confusa.
É como qualquer droga que encontres por aí, ela te alucina e te torna dependente.
Mas não se esqueça quem você é, quem você foi e do que é capaz de ser.
Se estás abalada, fortifica-te. Se estás debilitada, cura-te. Mas se está amando, aniquila-o.
Desculpa se tenho que lhe pedir que esqueça tudo que cultivou, mas cultivaste rosas e delas nascem espinhos.
O amor é assim mesmo meu anjo. Eres tão inocente que não foste capazes de ver que ao mesmo tempo que ele preenche, ele tira. E depois que ele te sugar ao máximo, e nada mais restar, saiba que estarei aqui para juntar teus cacos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

CARTAS A UM DESCONHECIDO IV

Hoje acordei não querendo ser eu...
Não estou insatisfeita comigo ou com o rumo que estou levando. Só que qeria acordar e se um espectador da minha vida, não a intérprete
Queria não ser eu. Simplismente ser um outro alguém com uma vida diferente. Só por um dia.
Correr sem destino, sair de um ponto de partida sem ter onde chegar. Esquecer por um segundo que o mundo talvez seja tão complicado (e é!).
E lembro que li um livro uma vez, num livro qualquer, algo que definia bem a morte em todos seus sentidos poéticos. Sinceramente, não é a morte que anseio, ainda sinto no âmbito do meu ser que a morte é só o fim de quem vive.
E convenhamos, ainda tenho muitos caminhos para desbravar e vidas pra viver!
..."Em algum momento todos se sentirão sozinhos e abandonados. Só um teste incessante aos limites do corpo pode nos dar a consciência de que continuamos vivos. Se pomos o corpo a prova, não é pelo capricho fútil de saber até onde podemos ir, mas para saber onde estamos - embora aos outros possa parecer que cometemos um ato contra a natureza. E muitas vezes quando descobrimos, já é tarde. [...] ele me disse que sabia o que era a morte: um exesso que se anula. É ficar mais cansado que o cansaço permite, exeder as próprias condições, reduzir-se a menos que zero, ultrapassar as vinte e quatro horas de um dia sem chegar ao dia seguinte."...
Nove Noites, de Bernardo Carvalho

Então é isso, se temos que viver nesse corpo, que vivamos plenamente equilibrados e sãos. Perder o controle não é uma vitória, mas sim uma derrota.

__________________
O Deus em mim, saúda o Deus em você!

sábado, 12 de março de 2011

O Divórcio

Fazem duas semanas.
Começou com um ciúmes excessivo e desnecessário. A coisa foi acumulando até
explodir.Era inevitável, poderiam dizer, masninguém podia adivinhar que tantros anos juntos terminasse assim. Separados na mesma casa.
Não se vêem. Onde ele está, ela não não vai. Ele não vai onde ela está!
Aquele cheiro é o único sinal de que compartilham o mesmo ar. E estando em
dois lugares diferentes, não podem mais dividir as noites e os dias.

Talvez se unam novamente. Mas certamente não serão os mesmos




Essa foi a resenha sobre o fato que abalou as duas últimas semanas. Meus cachorros se divorciaram. Aragorn (O esposo) ficou extremamente possessivo comigo, e logo que a Arwen (A esposa) se aproximou foi uma guerra. Um trocar de rosnados e olhares ameaçadores.

Já haviam brigado antes, mas nunca assim. Não haviam ficado mais que dois dias separados e não queriam de forma alguma dessa vez voltarem a ser como eram.

Fiquei triste me sentindo extremamente culpada! Eu, O PIVÔ do sivórcio dos meus próprios cachorros!

P.s.: Alguém percebeu que o nome dos meus cachorros são os nomes dos personagens do Senhor dos Anéis??

sexta-feira, 4 de março de 2011

PLAYLIST DO DIA - Vivendo do Ócio





O playlist dessa sexta-feira é da banda BRASILEIRÍSSIMA Vivendo do Ócio.

Formada por Jajá (Vocais), Luca Bori (Baixo), Diego (Batera) e Davide Bori (Guitarrista e meu futuro esposo)!
Os caras vem representando o bom e velho rock em toda a sua essência aqui nas terras Tupiniquins. Inspirados em bandas indies, eles tem um 'quê' de "The Strokes" e "Arctic Monkeys", sem esquecer de pincelar ares de 'Beatles' e 'Rollings Stones'.

Definitivamente ainda tem muito pra mostrar, super indico o som desses baianos LINDOS E SENSUAIS! #JessicaAcida

Acessem o site da banda e conheçam um pouco mais do trabalho desses guris: www.vivendodoocio.com

Sigam o twitter da banda e dos integrantes! (e o MEU, é claro)
Que a força esteja com vocês, jovens padawans!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Turbilhão de coisas sem sentido

A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinónimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós. ( Jane Austen )



E era jovem o modo de pensar daquele velho senhor.
Já havia sentido todo amor e também o colapso sobre si mesmo. Cantara canções sobre o mundo e seus detalhes. Mas no fim de tudo não sabia ao certo quem era.
E aquele turbilhão de coisas sem sentido, coisas que ocupavam sua mente desde o princípio.
Quem era ele afinal?

Mas era tarde.. E depois de procurar pelo que não pôde encontrar, lhe restou o silêncio.
Porque no fim, apenas os loucos conseguem encontrar no silêncio a resposta para todas as coisas.

Vivo no silêncio, meu nome é VERDADE!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar

— Até parece que moro noutro planeta... Mas deixa pra lá


Sei que pode parecer clichê e até mesmo previsível falar de Moacyr Scliar. Me disseram uma certa vez que apenas somos lembrados e venerados após a morte.
Mentira.
Não por ser uma inverdade, mas é mentira porque não se aplica em todos os casos. Escritores e artistas não morrem. Eles não se permitem esse direito.
Eles não podem nem devem partir desse planeta... Mas como ele mesmo disse, parece que vivo em outro planeta.
Saibamos nós que Moacyr era colunista da Zero Hora. Mas quantos abriam o caderno Donna para ler sua coluna semanal?
Eu fazia isso.
Ainda que não fosse para sua exclusividade, pois também leio Luis Fernando Veríssimo e Martha Medeiros.
Moacyr era, assim como alguns outros autores, um oasis em meio ao deserto, escasso de cultura.
Não é culpa do nosso país, mas de toda bagagem cultural que nos empurram pela garganta. A média de livros lidos pelos americanos é de cerca de 35 por ano. Comparativo desnecessário, mas ainda assim válido para uma pequena reflexão...
Você já leu algum livro este ano?
Sinta penar por aqueles que você conhecia, ainda que fosse através de páginas desbotadas de livros empoeirado.
E usando uma frase memorável de Saramago,

"Não creio que haja maior respeito que chorar por alguém que não se conheceu."

...e choro, ainda que apresente um sorriso no rosto, minha alma é triste e sofre com essa perda irreparável.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

PLAYLIST DO DIA - Músicas Indie












Vamos então ao Playlist do Dia:
1: KIDS - MGMT
MGMT (The Management)

2: I ALREADY MISS YOU - The Kooks
The Kooks


3: NEW YORK CITY COPS - The Strokes
The Strokes


4: LOVE ME LIKE YOU - Magic Numbers
The Magic Numbers


5: TAKE ME OUT - Franz Ferdinand
Franz Ferdinand


6: GEORGIA - Yuck
Yuck

7: TRAFIC LIGHT - The Ting Tings
The Ting Tings



Indie rock (ou "rock independente" em português) é um gênero musical surgido no Reino Unido e Estados Unidos durante a década de 1980. É enraizado em gêneros mais antigos, como o rock alternativo, o pós-punk e o new wave. O termo é frequentemente utilizado para descrever os meios de produção e distribuição de música underground independente e dissociada de grandes gravadoras, assim como o estilo musical a utilizar originalmente este meio de produção.
Artistas de indie rock são conhecidos por fazerem questão de manter controle completo de sua música e carreira, lançando álbuns por gravadoras independentes (empresas por vezes fundadas e gerenciadas pelos próprios artistas) e baseando toda a divulgação de seu trabalho em turnês, rádios independentes e, mais atualmente, na internet.

[wikipédia]

A Arte de Mendigar

Ficou pobre?
Seu nome é Silvio Santos?
Não tem dinheiro pra higiente pessoal e uma orda de piolhos invadiu sua cabeça?
Bom, os nossos colegas abaixo encontraram boas formas para driblar a falta de grana!
Família sequestrada por ninjas, preciso de $4,00 para lições de karatê
(Tem que ver issaê)

Muito feia pra prostituição. Muito estúpida para roubar!
(^ meu caso ;])

Sem teto precisa de uma mulher rica!
(Se ela tiver irmão passa a bola aew)

Programo HTML por comida
(Inclusão digital!)

Preciso de grana pra cerveja e putas (pelo menos não estou te enganando)
(Honestidade, a gente vê por aqui)

Sem Teto invisível
Sou Frank Jenkinson, eu sou um pobre morados de rua e tenho um INVISIVELMANTUS.
Por favor, ajude-me a ser curado. Deus te abençoe
(Pobre homem)


Preciso de dinheiro para ficar bêbabdo e então essas 2 mulheres podem me levar para casa e me molestar.
(Mendigar pode ser um bom negócio)


Então, aprenderam?
Agora tomem nada que se nada disso funcionar você pode trabalhar.. MAS SÓ EM ÚLTIMO CASO!



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PLAYLIST DO DIA - Marcelo Jeneci

Playlist com músicas de Marcelo Jeneci











Marcelo Jeneci é, além de compositor, pianista e acordeonista. Autor da canção "Amado", em parceria com Vanessa da Mata, trabalhou com artistas como Chico César, Elza Soares, Caetano Veloso, Marisa Monte, e Arnaldo Antunes, com quem compôs a música "Longe" e produziu o disco "Ao Vivo No Estúdio". Em 2010, lançou seu primeiro álbum "Feito Pra Acabar".

(VIA Top Tvz)

O legal desse cantor é a melodia tranquila, contraposta com a voz grave e tudo embalado naquele tom poético que raramente se vê hoje em dia.
Bom, adorei ele desde o princípio e não pude evitar fazer meu primeiro Playlist do Blog com ele!
Abraços
Namastê

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O amor é só um jogo, quebrado como sempre!

"Se é uma peça quebrada substitua" - Ele disse
Mas como? Fomos competitivos desde o começo...
"Duvida eu te amar?"
"Impossível!"

"Quem se confessa primeiro?"
"Par ou ímpar?"

"Duvida que eu consiga fazer melhor?"
"DUVIDO!"

Foi lá e fez...
Ninguém ganhou ou perdeu. Apenas se foi e agora apostam vinis antigos.

Partiu sem nem ao menos chegar.

"Quantas guerras terei que vencer pra ter um pouco de paz?" (Chico Buarque)


Quantos inimigos terei que enfrentar?
Quantas mantas terei que tecer?
Quantas derrotas irei alcançar
para poder enfim vencer?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um café por favor

Devaniei hoje. Pensei em surpresas que gostaria de receber, em cartas que gostaria de ler e em lugares que gostaria que me levassem.
O mais curioso foi um momento que imaginei. Um gesto que poderia ser feito apenas por quem me conhecesse muito bem.
Uma xícara de café. Apenas isso e nada mais.
Chegar em casa, contemplar o vazio da sala e avistar, ainda que longe, uma xícara de café. Poderia até estar fria. Mas continuaria sendo uma xícara de café.
Como se houvesse me esperado para desfrutar esse momento, mas ao perceber que não daria tempo, guardou a xícara de café como se mantivesse aquilo ali.
Vivo, nem que seja em uma memória que não aconteceu..

Silêncio



E no silêncio as palvras que estão no seu coração gritam. É como se aquele velho amigo imaginário surgisse e suprisse o espaço deixado pelas experiências mal sucedidas.
E quando você precisa de um abraço ele está lá. Aquela velha lembrança semi morta. Aquele elo entre o que foi e o que virá.
Eu lembro.. Como o passado despontava uma ponta de inveja do futuro.
E agora que o futuro chegou, ele que inveja o passado.
Restou o silêncio, a casa abandonada, a chuva na janela.

- O jardim florescerá de novo no verão..

Ela disse sem saber que as flores já haviam mostrado seu explendor.
E se foi, como o vento que sopra a cortina nesse temporal. Lembro que me dissera que nunca há o silêncio completo. As persianas. O vento geme. A chuva sussurra. Mas as palavras que não são ditas gritam..
E até parece que me acostumei com elas me mostrando as verdades que não quero repetir.

Mas eu posso trazê-la pra casa depois desse temporal... Ela volta, eu limpo as botas sujas de barro e dormimos.
Eu sou minha própria amiga imaginária...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Enjoy my sadness

Aproveite minha vulnerabilidade e peça o que quiser.
É difícil, você já ouviu tamanho absurdo?
Desculpe por desperdiçar nosso tempo.
Mas quem sou eu para dizer que isso não é ótimo?
Pedi emprestado e estou pagando com juros.
Sei que você não está cobrando nada, mas eu não cedo tão fácil.
Por isso me desculpe por acreditar que poderiamos.
Só não tenho o suficiente para acreditar que as pessoas mudam.
Elas apenas mostram quem realmente são.
E se isso tudo está à venda, eu compro pelo preço que for.
Não quero perder um instante sequer pensando que não estou isenta...
Não somos culpados. As oportunidades nos distanciaram...
E se as coisas devem ser assim, que sejam.
Só me resta desfrutar da minha tristeza..
Enjoy my sadness!

Cartas a um desconhecido (3)

Como se sente?
Como uma completa estranha?
Por estar por sua conta?
Sem direção alguma para casa
Como uma pedra a rolar?


Hoje estava te ouvindo e pronta para seguir adiante com tudo. Aí você me lança essas perguntas latejantes e eu realmente não sei o que te responder. Talvez você esteja certo, eu sou invisível agora, não tenho mais segredos. Todos podem ver através de mim e isso é invasivo demais.
Realmente, eu ria de tudo isso de uma forma superior. Como se estivesse intocável e acima de qualquer um. E como você mesmo teima em me dizer, não falo mais com tanta eloquência, não falo mais tão alto.
Eu costumava pensar que se estava em um nível, seria impossível decair. Bom, eu não estou interessada em comprar álibis, já tenho os meus próprios. Mas cai num buraco infinito. Tão fundo que não seria capaz de ser resgatada tão facilmente.
Ok Bob, você pode pensar que eu mesma causei minha queda. Você não está errado. Eu cheguei no alto e cuspi no meu semelhante, da mesma forma que ele me cospe agora. Poisé, acho que todos temos o fardo que podemos carregar.
Sabe o que é mais engraçado? Eu realmente era entretida. Me preocupava em deixar as pessoas serem felizes sem ao menos poder dizer se eu mesma era ou não. Talvez precise daquele álibi...

"Ele realmente não era tudo que aparentava ser depois que ele levou de você tudo o que podia roubar"

Você estava plenamente certo quando me disse isso. As pessoas se enganam umas com as outras. Deve ser a relação entre ter os pés no chão e criar expectativas. Eu não consigo entender muitas coisas. Me perco no vácuo do olhar que restou...
Respondendo suas perguntas,
EU NÃO ME SINTO;
NÃO ME RECONHEÇO;
E VOU ME ACOSTUMAR A ME VIRAR SOZINHA...

Mas é assim né? Se não se tem nada, não se tem nada a perder. Vou voltar a cometer os mesmos erros e talvez com a mesma pessoa.
Pra quê valorizar o orgulho quando ele foi a primeira coisa que você perdeu? É um pouco tarde pra valorizar esse tipo de sentimento.. É tarde para qualquer coisa!
No fim das contas eu sou mais uma pedra a rolar...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O que vem agora?

Mendigando um pouco de mim em tudo que escrevi. Pedindo que por um momento me reencontre depois de me perder nos teus braços. Esperando que os céus tragam uma gota de chuva para me encharcar nessa seca.

Estou pobre,
estou morta,
estou perdida...

Tudo que um dia possa ter feito sentido se perdeu. Quanto tempo ainda resta para aqueles que nada esperam do tempo?

Perdi meu relógio e minha bússola está quebrada. Queria algo mais puro que a água e me embreaguei em falsas promessas.
Agora não resta nada.

Deveríamos nos livrar de todas as coisas que nos prendem a este chão. Esse chão que me cobre e devora meu corpo. As ligações, a sua voz solitária congelada no tempo. Só precisava que minha bússola me guiasse para qualquer lugar. Para repousar, para me encontrar.

Eu me perdi...

Você começa a entender meu ponto de vista? Nos degladiamos com facas e só nos machucamos mais.
Mas entenda que estou acima de todas as palavras, números ou fatos. Nós amamos, e o que dissemos os outros apenas lerão. Se você pudesse ver isso agora...
Você e eu.. Não mais você e eu!


E o pior, embora pareça belo, é que poderia te carregar nas minhas costas mesmo debaixo desse tiroteio.
Tentei te dizer isso ao te ver partir, mas estava gritando sob meu sufoco.

Tudo o que eu tenho, foi o que perdi. O que me resta agora?

Precisamos sentir o amor em sua plenitude, e não o colapso sobre seu peso..


Obrigado, ainda que agradecer seja a única coisa que me resta, aceite com carinho e afeição...