segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar

— Até parece que moro noutro planeta... Mas deixa pra lá


Sei que pode parecer clichê e até mesmo previsível falar de Moacyr Scliar. Me disseram uma certa vez que apenas somos lembrados e venerados após a morte.
Mentira.
Não por ser uma inverdade, mas é mentira porque não se aplica em todos os casos. Escritores e artistas não morrem. Eles não se permitem esse direito.
Eles não podem nem devem partir desse planeta... Mas como ele mesmo disse, parece que vivo em outro planeta.
Saibamos nós que Moacyr era colunista da Zero Hora. Mas quantos abriam o caderno Donna para ler sua coluna semanal?
Eu fazia isso.
Ainda que não fosse para sua exclusividade, pois também leio Luis Fernando Veríssimo e Martha Medeiros.
Moacyr era, assim como alguns outros autores, um oasis em meio ao deserto, escasso de cultura.
Não é culpa do nosso país, mas de toda bagagem cultural que nos empurram pela garganta. A média de livros lidos pelos americanos é de cerca de 35 por ano. Comparativo desnecessário, mas ainda assim válido para uma pequena reflexão...
Você já leu algum livro este ano?
Sinta penar por aqueles que você conhecia, ainda que fosse através de páginas desbotadas de livros empoeirado.
E usando uma frase memorável de Saramago,

"Não creio que haja maior respeito que chorar por alguém que não se conheceu."

...e choro, ainda que apresente um sorriso no rosto, minha alma é triste e sofre com essa perda irreparável.


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